Jornal
do Terra
ONU decide que prisão de Assange é arbitrária
O Grupo de
Trabalho sobre Detenção Arbitrária das Nações Unidas determinou nesta
quinta-feira (4) que a prisão decretada contra Julian Assange, fundador do site
Wikileaks, é arbitrária, afirmou o Ministério do Exterior sueco. O australiano,
que vive há três anos na embaixada do Equador em Londres, é acusado de abuso
sexual na Suécia.
Assange é
acusado por uma sueca de um estupro que teria acontecido a região de Estocolmo
em agosto de 2010
Foto:
Agência Brasil
"Só
podemos dizer que o grupo de trabalho chegou a uma conclusão diferente da das
autoridades judiciais da Suécia", afirmou um porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores sueco. "O grupo julgou que Assange foi detido
arbitrariamente, numa violação a compromissos internacionais."
O relatório final sobre a decisão será divulgado oficialmente nesta
sexta-feira. Assange tinha afirmado que se entregaria à polícia britânica caso
a ONU decidisse o contrário e que esperava ser tratado como um homem livre se o
grupo de trabalho decidisse a seu favor.
"Caso eu vença e se
conclua que os países [Suécia e Reino Unido] atuaram ilegalmente, eu espero a
devolução imediata do meu passaporte e a rescisão de novas tentativas de me
prender", disse.
O Reino Unido afirmou que
Assange será detido e extraditado para a Suécia se deixar a representação
diplomática. Londres afirma que nunca prendeu o australiano arbitrariamente e
que ele voluntariamente evitou a detenção ao fugir para a embaixada.
Em 2012, um longo processo
legal no Reino Unido decidiu pela entrega de Assange às autoridades da Suécia,
onde ele é acusado de crimes sexuais contra duas mulheres. Para evitar a
extradição, ele recebeu asilo da embaixada equatoriana em junho do mesmo ano.
Assange se recusa a viajar
para a Suécia com medo de uma extradição aos Estados Unidos, onde poderá ser
processado por ter revelado documentos secretos do país sobre questões de
segurança, além de comunicações diplomáticas no site Wikileaks, em 2010.
Em setembro de 2014, o
australiano apresentou uma queixa contra a Suécia e o Reino Unido ao Grupo de
Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU. Ele alega que o tempo em que ficou
asilado na embaixada do Equador constitui detenção ilegal, já que foi privado
de liberdade.
Na quarta-feira, o
ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que está
"preocupado" com a saúde de Assange.
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