Por Edson Carneiro Índio
A abertura de processo de
impeachment da presidente não é uma medida para beneficiar o povo brasileiro.
Ao contrário, o “fora Dilma” permitiria a Temer aplicar o programa que o PMDB
negociou com o grande capital, como aposentadoria só depois dos 65 anos (60 se
mulher), desvinculação do benefício da aposentadoria ao salário mínimo,
terceirização geral e irrestrita, mais privatizações, redução de direitos
trabalhistas através de negociações que rebaixam o que está garantido pela CLT,
além do fim da destinação constitucional de verbas para a saúde e educação
públicas.
Quem deve ser impedido de
prosseguir no cargo é Eduardo Cunha, que não tem legitimidade para ser
presidente da Câmara ou continuar deputado. “Seus” milhões na Suíça, lavagem de
dinheiro, suas mentiras e chantagens provam isso. Sem falar de sua atuação para
acabar com os direitos trabalhistas, das mulheres, da juventude pobre, dos
indígenas.
Ser contra o impeachment da
presidente não significa apoiar o governo e sua política indefensável. É
preciso derrotar o processo de impeachment, mas também combater o ajuste fiscal
do governo Dilma que joga o custo da crise nas costas do trabalhador.
A maioria do povo brasileiro
tem razões para estar enfurecida com a presidente. Devemos fazer pressão total
pela reversão dessa política econômica recessiva, que eleva o desemprego,
destrói políticas públicas e leva milhões de pessoas ao desespero. Mas não
podemos nos deixar enganar por uma campanha orquestrada para impor um governo
ainda mais comprometido com o sistema financeiro e, portanto, contrário aos
interesses da população brasileira.
Essa campanha da direita não
visa acabar com a corrupção ou punir a chamada “pedalada fiscal”. Objetiva, na
verdade, garantir renda pública e do trabalho para restabelecer a acumulação de
capital, mesmo que isso signifique ampliar a exploração sobre o povo e agravar
a crise social.
Que os milionários paguem pela
crise!
Edson Carneiro Índio
Secretário Geral da
Intersindical Central da Classe Trabalhadora


Nenhum comentário:
Postar um comentário