
Nationale
Dilermando Beaumont
Soldado de
Infantaria.
Morto pela França.
*03-03-1899
+18-07-1918
Não quero esta
lápide tumular.
Ontem eu estava
lá .
Devorando o
corpo vivo ,dela.
Desejo
iluminado pela luz da estação fugaz .
Hoje esta
carcaça, minha,
Apodrecida
Tombada nesta
ordenada,
Alinhada
necrópole.
Desta cova vaza
o frio
Que atravessa
os montes
Pincelados de amarelo vibrante.
Flores
indiferentes às ossaturas.
(Dilermando
está morto.
Em fosso
aprisionado
Ouve a vida
emudecer).
Da tumba por tu
imperialista cavada,
Pudesse eu
bradar, bradaria:
Não quero a
tua glória.
Gás letal a
perfurar olhos e vísceras .
Teus pássaros
metálicos
A explodir
homens
Bombas no ar.
Não aspiro a tua
guerra
Humana
perversão
Laureada
bestialidade.
Ouro pérfido.
Medalhas de sangue talhado.
(Dilermando
está morto.
Sem corpo.
Sem voz).
Qual o som de
um ataúde?
Rangido de
esqueleto corroído.
Cláudia Reina.
NB. Em seu poema, a Dra. Cláudia Reina, do grupo juízes
poetas e Magistrada do Trabalho no RJ, na cova do Dilermando morto, retrata a
ideologia do Mundo imperialista: O belicismo de Estado, as guerras mundiais
declaradas tem servido de palco para o capitalismo construir o seu ideário de
todos nós conhecido, pugnando pelo afastamento do Estado das relações de trabalho,
deixando tudo ao encargo do “canto da sereia – o deus mercado”, que cria
possibilidades de grande produção de riquezas e enriquecimento dos poucos
donos, deixando um rastro de miséria, exclusão social e de desemprego, que
fomenta a violência e a criminalidade dentre nós. Esse poema foi lido na
sociedade brasileira de médicos escritores.
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