sexta-feira, 26 de julho de 2013

NECROPOLE NATIONALE: Dilermando MORTO, retrato de um herói consumido pela gerra capitalista




Nationale

Dilermando  Beaumont

Soldado de Infantaria.

 Morto pela França.

*03-03-1899

+18-07-1918

Não quero esta lápide tumular.

Ontem eu estava lá .

Devorando o corpo vivo ,dela.

Desejo iluminado pela luz   da estação fugaz .

Hoje esta carcaça, minha, 

Apodrecida

Tombada nesta ordenada,

Alinhada necrópole.

Desta cova vaza o frio

Que atravessa os montes

Pincelados  de amarelo vibrante.

Flores indiferentes às ossaturas. 

(Dilermando está morto.

Em fosso aprisionado

Ouve a vida emudecer).

Da tumba por tu imperialista cavada,

Pudesse eu bradar, bradaria:

Não  quero a  tua  glória.

Gás  letal a  perfurar olhos e vísceras .

Teus pássaros metálicos

A explodir homens  

Bombas no ar.

Não aspiro  a tua  guerra

Humana perversão

Laureada bestialidade.

Ouro  pérfido.

Medalhas   de sangue talhado.

(Dilermando está morto.

Sem corpo.

Sem voz).

Qual o som de um ataúde? 

Rangido de esqueleto  corroído. 

Cláudia Reina.
NB. Em seu poema, a Dra. Cláudia Reina, do grupo juízes poetas e Magistrada do Trabalho no RJ, na cova do Dilermando morto, retrata a ideologia do Mundo imperialista: O belicismo de Estado, as guerras mundiais declaradas tem servido de palco para o capitalismo construir o seu ideário de todos nós conhecido, pugnando pelo afastamento do Estado das relações de trabalho, deixando tudo ao encargo do “canto da sereia – o deus mercado”, que cria possibilidades de grande produção de riquezas e enriquecimento dos poucos donos, deixando um rastro de miséria, exclusão social e de desemprego, que fomenta a violência e a criminalidade dentre nós. Esse poema foi lido na sociedade brasileira de médicos escritores.

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