O ex-presidente da Espanha,
Felipe González, disse nesta segunda (29), em entrevista ao programa
Brasilianas.org, que a verdadeira crise do Brasil é política e não econômica;
segundo ele, a Europa passou por crise muito pior; "Vejo o Brasil bem.
Vive a crise econômica como se fosse um desafio muito sério, mas não é. Vejo a
crise política mais grave que a econômica. Grave foi a crise que vivemos, a
crise que vive a Grécia. Isso sim é grave", afirmou
29 de Junho de 2015 às 21:23
Marcelo
Brandão – Repórter da Agência Brasil
O ex-presidente da Espanha,
Felipe González, disse hoje (29), em entrevista ao programa Brasilianas.org,
que a verdadeira crise do Brasil é política e não econômica. Segundo ele, a
Europa passou por crise muito pior. “Vejo o Brasil bem. Vive a crise econômica
como se fosse um desafio muito sério, mas não é. Vejo a crise política mais
grave que a econômica. Grave foi a crise que vivemos, a crise que vive a
Grécia. Isso sim é grave.”
Para González, os partidos
políticos ainda não sabem responder a era das redes sociais, "por onde a
população manifesta atualmente suas opiniões sobre o governo". Segundo
ele, há uma demanda de diálogo nesse espaço que os partidos não observam.
“O que se precisa é de um
segmento atento às iniciativas que surgem das redes sociais, de modo a tentar
dialogar e interatuar com elas, porque uma parte dessas iniciativas expressam
um desejo de participação na coisa pública não canalizado através dos
partidos”, acrescentou.
No programa, exibido pela TV
Brasil, o ex-presidente espanhol afirmou que o único político que sabe agir nas
redes sociais é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Obama colocou
uma equipe de jovens contestando as iniciativas de redes sociais, por exemplo
do Facebook”.
De acordo com González, a
mensagem deixada pelo governo norte-americano é que “quando você consegue 10
mil seguidores de sua iniciativa, o governo se compromete a responder
racionalmente”.
À frente da Espanha por mais de
13 anos, González avaliou que um governo bem-sucedido precisa ser eficiente,
previsível e, portanto, inspirar confiança no mercado e em outros países. “Às
vezes, um governo é previsível, mas a eficiência está em questão. Os processos
e as decisões em levar adiante os projetos demoram muito. O estado tem de ser
eficiente, mas a previsibilidade não depende só da vontade. É preciso que haja
regras aceitáveis dentro do governo entre distintos períodos.”
Felipe González foi o terceiro
presidente espanhol após o fim da ditadura de Francisco Franco, que durou 47
anos. Ele chefiou o Poder Executivo na Espanha de 1982 a 1996. Durante seu
governo, a Espanha viveu um momento de expansão econômica e modernização,
induzido pela adesão do país à União Europeia.
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