sábado, 14 de novembro de 2015

AÇÃO & REAÇÃO: Ataques na França ocorrem no dia em que EUA anunciam 'morte' de John Jihadista



França fica em estado de alerta após dia mais 



Image copyright EAP

Poucas horas após o mais violento ataque da história francesa desde a Segunda Guerra Mundial, imagens da madrugada deste sábado mostravam uma Paris quase deserta – algo bastante sintomático para aquela que é uma das mais boêmias metrópoles do mundo.
Relatos dão conta de que as poucas pessoas que tentaram sair às ruas foram orientadas pelos mais de 1.500 soldados que tomaram a cidade a se recolherem – mesmo pedido da prefeitura parisiense e da polícia desde o início dos ataques que deixaram mais de 120 mortos e um rastro de feridos na noite desta sexta-feira.
A França amanhece em estado nacional de emergência pela primeira vez desde 2005 – o decreto permite às autoridades a fechar espaços públicos, impor toque de recolher e restrições à circulação de veículos e pessoas.
Embora suas fronteiras tenham sido fechadas, serviços de trem, como o prestado pela Eurostar entre Paris e Londres, devem ser mantidos. Pelo Twitter, a empresa confirmou que as viagens continuarão, mas ofereceu aos passageiros a possibilidade de remarcar seus tickets.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os aeroportos ficarão abertos e operando. Já escolas e universidades da região de Paris amanheceriam fechadas, diziam as agências de notícias.



Image copyright AFP

Em meio a informações ainda desencontradas sobre o número de vítimas e de autores dos ataques mortos, um promotor afirmou a jornalistas que cúmplices dos atentados ainda poderiam estar à solta.
Até a publicação deste texto, nenhum grupo havia reivindicado os ataques. Relatos apontavam que oito dos autores haviam morrido, sete deles após acionarem cintos suicidas.
O clima de insegurança chegou aos Estados Unidos, onde algumas grandes cidades, como Nova York, afirmaram que reforçariam sua vigilância nos próximos dias. A Bélgica anunciou um aumento no controle de suas fronteiras, especialmente a que a liga com a França.
Ao falar com a imprensa do lado de fora da casa de shows Bataclan, cenário de maior parte das mortes, o presidente francês, François Hollande, classificou os atentados como “uma abominação e um ato bárbaro” e disse que o país travará uma luta “sem misericórdia” contra os “terroristas”. Ele cancelou sua viagem à Turquia, onde participaria do encontro do G20.
Líderes mundiais, como presidente norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, prestaram solidariedade e ofereceram ajuda à França.



Image copyright AFP

Sequência de horror

Confira a sequência dos acontecimentos, no horário local, de acordo com os relatos tornados públicos até a publicação deste texto:
21h20: Primeiros ataques foram reportados em áreas boêmias não distantes da praça da República, uma das principais da cidade e palco frequente de manifestações políticas e populares.
21h30: Enquanto a seleção do país jogava contra a Alemanha no estádio Stade de France, no norte da cidade, a primeira de ao menos duas explosões foi ouvida. O presidente francês, que assistia à partida, foi retirado do local às pressas.
Segundo relatos ainda não confirmados, houve a ação de ao menos um homem-bomba e o ataque a restaurantes nos arredores da arena.
Após a partida, torcedores ficaram no gramado à espera de informações. Nos túneis, os jogadores das duas seleções assistiam aos desdobramentos da tragédia pela cidade – os alemães permaneceram no local pelo menos até as 2h30.



Image copyright AFP

21:50: Disparos foram registrados em um café ao sul do local onde ocorreram os primeiros atentados. Segundo uma testemunha, dois homens abriram fogo em um café.
22:00: A casa de shows Bataclan se tornou palco do pior ataque. Com 1.500 lugares, o espaço estava com todos os ingressos vendidos para a apresentação da banda de rock norte-americana Eagles of Death Metal.
Homens com armas automáticas abriram fogo contra a plateia e fizeram reféns. Duas horas depois, a polícia invadiu o local. Cerca de 80 pessoas morreram.
Também houve relatos de ataques em outras áreas, como a avenida da República e o Boulevard de Beaumarchai, próximo à praça da Bastilha.

Leia mais.

BBC



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Ataques na França ocorrem no dia em que EUA anunciam 'morte' de John Jihadista

·         Há 9 horas
Mohammed Emwazi, o John Jihadista | Foto: BBC



Image captionAntes mesmo de sair da universidade, Emwazi passou a ser monitorado pela inteligência britânica por suspeita de associação com jihadistas

Uma série de ataques coordenados em Paris acontecem no dia em que os Estados Unidos anunciaram estar "razoavelmente certos" de que um ataque na Síria teria matado o militante do grupo autodenominado "Estado Islâmico" conhecido como "John Jihadista".
Ainda não há relação confirmada entre os dois acontecimentos. Ataques em diversos locais de Paris deixaram dezenas de mortos e feridos.
Há relatos de explosões próximas a um estádio de futebol e pelo menos 60 pessoas estariam sendo mantidas como reféns na casa de shows Bataclan, na região central da capital.
De acordo com o editor da BBC Mark Urban, nenhum grupo assumiu, até a noite desta sexta-feira, a autoria dos ataques.
Em pronunciamento na televisão, o presidente francês François Hollande declarou estado de emergência em todo o território e o fechamento das fronteiras.

Procurado

De acordo com o Pentágono, o ataque que teria matado John Jihadista foi realizado por um drone (aeronave não tripulada) na quinta-feira em Raqqa foi "de rotina", mas será preciso algum tempo até "declarar formalmente que houve sucesso".
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que o ataque foi "a coisa certa a se fazer" e "um ato de legítima defesa".
Mohammed Emwazi, britânico nascido no Kuwait, ficou conhecido após aparecer em decapitações de reféns ocidentais e se tornou um dos homens mais procurados das autoridades do Ocidente.
O carrasco do"EI" era tido como um homem frio, calado e solitário, que não se misturava com os outros combatentes, segundo Abu Ayman, um desertor da milícia entrevistado pela BBC.
Questionado sobre o que seus colegas pensavam de Emwazi, Ayman afirmou que "alguns o amavam".
"Alguns se juntaram ao 'EI' depois de assisti-lo e admirá-lo; tomam ele como um exemplo", disse.

'Problemas adolescentes'

Mohammed Emwazi nasceu no Kuwait em 1988 e foi para o Reino Unido em 1994, quando tinha seis anos de idade. Ele estudou na escola Quintin Kynaston Community Academy em St John's Wood, no norte de Londres.
Jo Shuter, que era professora no colégio na época, disse à BBC que quando Emwazi chegou lá, aos 14 anos de idade, era um garoto tímido e com muitas responsabilidades fora da escola, já que era o mais velho de muitos irmãos.
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Foto: BBC



Image copyrightRex
Image captionNa escola, em Londres, ele sofreu bullying e se dizia humilhado pelas meninas por ter mal hálito

Chamado de "Little Mo" (Pequeno Mo, em inglês) pelos colegas, Emwazi era descrito como um fã de futebol, dedicado à religião e com dificuldades de se aproximar das meninas. Segundo relatos na imprensa britânica, ele teria ouvido de uma colega, de quem gostava, que tinha mau hálito e sentiu-se humilhado.
"Ele tinha problemas de adolescente. Especialmente naquela idade, e particularmente para os meninos, é um momento em que os hormônios começam a falar mais alto. E ele sofreu bullying, algo com o que tivemos que lidar", afirmou Shuter.
"Percebíamos que ele ficava muito irritado e demorava muito para se acalmar, então trabalhamos muito com ele para ajudá-lo a controlar a raiva e suas emoções. Pareceu funcionar. Ele respeitava muito o trabalho que fizemos com ele na escola."
"Ele era um jovem esforçado e com sonhos, que foi para a universidade que queria. Não era uma preocupação para nós", diz a professora.

'Briguento e barulhento'

Emwazi se formou em computação na Universidade de Westminster em 2009 e, no mesmo ano, chamou a atenção do MI5, o órgão de inteligência britânico, que monitorava suspeitos de extremismo ligados a combatentes estrangeiros que se juntavam ao Al-Shabab, braço da Al-Qaeda na Somália.
Usando o nome Muhammad ibn Muazzam, ele tinha ido para a Tanzânia com outro britânico, conhecido como "Abu Talib" e um terceiro homem, um alemão convertido ao islamismo chamado "Omar".
Ao voltarem, eles foram interrogados e deportados por mau comportamento, segundo um policial do aeroporto.
O policial afirmou que Emwazi "trouxe caos ao aeroporto", foi "briguento e barulhento" e se comportou "como se tivesse alcoolizado".
O britânico disse depois ao Cage – um grupo ativista de direitos das comunidades impactadas pela Guerra ao Terror – que foi ameaçado com uma arma e torturado. As autoridades negam.
Apesar da confusão, Emwazi não foi acusado de nenhum crime. Mas o MI5 acreditava que sua viagem com amigos não havia sido apenas de férias.
Ele já era associado, segundo as autoridades, a uma série de suspeitos de jihadismo cuja movimentação ao redor do mundo a inteligência britânica monitorava.
Foto: BBC



Image captionEmwazi ficou conhecido por aparecer mascarado em vídeos de decapitações de reféns ocidentais

Vida no Kuwait

Entre o final de 2009 e o início de 2010, Mohammed Emwazi voltou para o Kuwait para viver com a família de seu pai e, segundo relatos, buscar uma nova vida no Oriente Médio. Sua família é de beduínos – um grupo marginalizado na sociedade local.
Ele buscava um emprego em computação e, segundo o funcionário do Cage Asim Qureshi, planejava se casar e ter uma vida estável.
O rapaz passou três meses trabalhando como vendedor de serviços de TI antes de dizer a sua família que iria visitar o Reino Unido. Mas, depois dessa viagem, ele nunca mais conseguiu regressar ao Kuwait.
De acordo com o Cage, ele foi detido por seis horas no aeroporto de Heathrow e impedido de voltar ao país. Depois, afirmou que apanhou de um oficial de segurança.
O grupo diz que Emwazi ficou desesperado para sair do Reino Unido nos meses seguintes e, em 2013, mudou seu nome para Mohammed Al-Ayan e tentou novamente, sem sucesso.
Em agosto daquele ano, seus pais foram à polícia e o deram como desaparecido. Quatro meses depois, a polícia teria dito à família que ele estava na Síria.
Não se sabe exatamente quando o britânico chegou à zona de guerra síria, mas ainda em 2013 ele foi localizado em Idlib, ajudando a vigiar reféns ocidentais.
Foto: BBC



Image captionGoverno americano diz ter "alto grau de certeza" de que jihadista britânico foi morto em ataque

Vídeos

Em agosto de 2014, ele apareceu mascarado no vídeo que mostra o assassinato do jornalista americano James Foley e, nos meses seguintes, em vídeos semelhantes mostrando as execuções dos reféns Steve Sotloff, David Haines e Alan Henning.
Em nenhum destes vídeos fica claro se é o homem mascarado que mata as vítimas ou se é outra pessoa não mostrada pela câmera.
Mas em novembro de 2014, já conhecido como "John Jihadista", ele aparece em mais um vídeo de execução e, desta vez, parece estar realmente matando um oficial do exército sírio. Ele também apareceu ao lado da cabeça decapitada do americano Peter Abdulrahman Kassig.
Dois meses mais tarde, em janeiro de 2015, Emwazi aparece matando o refém japonês Kenji Goto. Essa foi sua última aparição.
De acordo com o especialista de segurança da BBC Frank Gardner, ele havia se tornado um dos principais alvos das agências de inteligência americana e britânica, mesmo que não esteja comprovado que ele tivesse nenhum papel militar dentro do "EI".
"Depois que sua identidade foi revelada em fevereiro, Emwazi ficou a maior parte do tempo afastado dos holofotes, tomando cuidado especial para não deixar pistas digitais sobre sua localização", disse Gardner.
Mas o GCHQ, sede das comunicações do governo britânico, fez grandes esforços para interceptar e decifrar quaisquer mensagens criptografadas que pudessem revelar onde ele ou seus associados estavam.

Link: BBC



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Ataques na França ocorrem no dia em que EUA anunciam 'morte' de John Jihadista

·         Há 9 horas



Image captionAntes mesmo de sair da universidade, Emwazi passou a ser monitorado pela inteligência britânica por suspeita de associação com jihadistas

Uma série de ataques coordenados em Paris acontecem no dia em que os Estados Unidos anunciaram estar "razoavelmente certos" de que um ataque na Síria teria matado o militante do grupo autodenominado "Estado Islâmico" conhecido como "John Jihadista".
Ainda não há relação confirmada entre os dois acontecimentos. Ataques em diversos locais de Paris deixaram dezenas de mortos e feridos.
Há relatos de explosões próximas a um estádio de futebol e pelo menos 60 pessoas estariam sendo mantidas como reféns na casa de shows Bataclan, na região central da capital.
De acordo com o editor da BBC Mark Urban, nenhum grupo assumiu, até a noite desta sexta-feira, a autoria dos ataques.
Em pronunciamento na televisão, o presidente francês François Hollande declarou estado de emergência em todo o território e o fechamento das fronteiras.

Procurado

De acordo com o Pentágono, o ataque que teria matado John Jihadista foi realizado por um drone (aeronave não tripulada) na quinta-feira em Raqqa foi "de rotina", mas será preciso algum tempo até "declarar formalmente que houve sucesso".
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que o ataque foi "a coisa certa a se fazer" e "um ato de legítima defesa".
Mohammed Emwazi, britânico nascido no Kuwait, ficou conhecido após aparecer em decapitações de reféns ocidentais e se tornou um dos homens mais procurados das autoridades do Ocidente.
O carrasco do"EI" era tido como um homem frio, calado e solitário, que não se misturava com os outros combatentes, segundo Abu Ayman, um desertor da milícia entrevistado pela BBC.
Questionado sobre o que seus colegas pensavam de Emwazi, Ayman afirmou que "alguns o amavam".
"Alguns se juntaram ao 'EI' depois de assisti-lo e admirá-lo; tomam ele como um exemplo", disse.

'Problemas adolescentes'

Mohammed Emwazi nasceu no Kuwait em 1988 e foi para o Reino Unido em 1994, quando tinha seis anos de idade. Ele estudou na escola Quintin Kynaston Community Academy em St John's Wood, no norte de Londres.
Jo Shuter, que era professora no colégio na época, disse à BBC que quando Emwazi chegou lá, aos 14 anos de idade, era um garoto tímido e com muitas responsabilidades fora da escola, já que era o mais velho de muitos irmãos.
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Image copyrightRex
Image captionNa escola, em Londres, ele sofreu bullying e se dizia humilhado pelas meninas por ter mal hálito

Chamado de "Little Mo" (Pequeno Mo, em inglês) pelos colegas, Emwazi era descrito como um fã de futebol, dedicado à religião e com dificuldades de se aproximar das meninas. Segundo relatos na imprensa britânica, ele teria ouvido de uma colega, de quem gostava, que tinha mau hálito e sentiu-se humilhado.
"Ele tinha problemas de adolescente. Especialmente naquela idade, e particularmente para os meninos, é um momento em que os hormônios começam a falar mais alto. E ele sofreu bullying, algo com o que tivemos que lidar", afirmou Shuter.
"Percebíamos que ele ficava muito irritado e demorava muito para se acalmar, então trabalhamos muito com ele para ajudá-lo a controlar a raiva e suas emoções. Pareceu funcionar. Ele respeitava muito o trabalho que fizemos com ele na escola."
"Ele era um jovem esforçado e com sonhos, que foi para a universidade que queria. Não era uma preocupação para nós", diz a professora.

'Briguento e barulhento'

Emwazi se formou em computação na Universidade de Westminster em 2009 e, no mesmo ano, chamou a atenção do MI5, o órgão de inteligência britânico, que monitorava suspeitos de extremismo ligados a combatentes estrangeiros que se juntavam ao Al-Shabab, braço da Al-Qaeda na Somália.
Usando o nome Muhammad ibn Muazzam, ele tinha ido para a Tanzânia com outro britânico, conhecido como "Abu Talib" e um terceiro homem, um alemão convertido ao islamismo chamado "Omar".
Ao voltarem, eles foram interrogados e deportados por mau comportamento, segundo um policial do aeroporto.
O policial afirmou que Emwazi "trouxe caos ao aeroporto", foi "briguento e barulhento" e se comportou "como se tivesse alcoolizado".
O britânico disse depois ao Cage – um grupo ativista de direitos das comunidades impactadas pela Guerra ao Terror – que foi ameaçado com uma arma e torturado. As autoridades negam.
Apesar da confusão, Emwazi não foi acusado de nenhum crime. Mas o MI5 acreditava que sua viagem com amigos não havia sido apenas de férias.
Ele já era associado, segundo as autoridades, a uma série de suspeitos de jihadismo cuja movimentação ao redor do mundo a inteligência britânica monitorava.
Foto: BBC



Image captionEmwazi ficou conhecido por aparecer mascarado em vídeos de decapitações de reféns ocidentais

Vida no Kuwait

Entre o final de 2009 e o início de 2010, Mohammed Emwazi voltou para o Kuwait para viver com a família de seu pai e, segundo relatos, buscar uma nova vida no Oriente Médio. Sua família é de beduínos – um grupo marginalizado na sociedade local.
Ele buscava um emprego em computação e, segundo o funcionário do Cage Asim Qureshi, planejava se casar e ter uma vida estável.
O rapaz passou três meses trabalhando como vendedor de serviços de TI antes de dizer a sua família que iria visitar o Reino Unido. Mas, depois dessa viagem, ele nunca mais conseguiu regressar ao Kuwait.
De acordo com o Cage, ele foi detido por seis horas no aeroporto de Heathrow e impedido de voltar ao país. Depois, afirmou que apanhou de um oficial de segurança.
O grupo diz que Emwazi ficou desesperado para sair do Reino Unido nos meses seguintes e, em 2013, mudou seu nome para Mohammed Al-Ayan e tentou novamente, sem sucesso.
Em agosto daquele ano, seus pais foram à polícia e o deram como desaparecido. Quatro meses depois, a polícia teria dito à família que ele estava na Síria.
Não se sabe exatamente quando o britânico chegou à zona de guerra síria, mas ainda em 2013 ele foi localizado em Idlib, ajudando a vigiar reféns ocidentais.
Foto: BBC



Image captionGoverno americano diz ter "alto grau de certeza" de que jihadista britânico foi morto em ataque

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Em agosto de 2014, ele apareceu mascarado no vídeo que mostra o assassinato do jornalista americano James Foley e, nos meses seguintes, em vídeos semelhantes mostrando as execuções dos reféns Steve Sotloff, David Haines e Alan Henning.
Em nenhum destes vídeos fica claro se é o homem mascarado que mata as vítimas ou se é outra pessoa não mostrada pela câmera.
Mas em novembro de 2014, já conhecido como "John Jihadista", ele aparece em mais um vídeo de execução e, desta vez, parece estar realmente matando um oficial do exército sírio. Ele também apareceu ao lado da cabeça decapitada do americano Peter Abdulrahman Kassig.
Dois meses mais tarde, em janeiro de 2015, Emwazi aparece matando o refém japonês Kenji Goto. Essa foi sua última aparição.
De acordo com o especialista de segurança da BBC Frank Gardner, ele havia se tornado um dos principais alvos das agências de inteligência americana e britânica, mesmo que não esteja comprovado que ele tivesse nenhum papel militar dentro do "EI".
"Depois que sua identidade foi revelada em fevereiro, Emwazi ficou a maior parte do tempo afastado dos holofotes, tomando cuidado especial para não deixar pistas digitais sobre sua localização", disse Gardner.
Mas o GCHQ, sede das comunicações do governo britânico, fez grandes esforços para interceptar e decifrar quaisquer mensagens criptografadas que pudessem revelar onde ele ou seus associados estavam.


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