Maurício
Macri & Daniel Scioli, qual o mais
conservador?
Conheça a futura primeira-dama argentina, a mulher que
suaviza a imagem de Macri
Para Juliana Awada, 41 anos, a política
jamais está acima das amizades e dos afetos em geral
Por:
Juliana Awada será a
primeira-dama argentina a partir de 10 de dezembro Foto: EMILIANO
LASALVIA / AFP
Quando terminou o debate eleitoral do
último dia 15, no qual Mauricio Macri e Daniel Scioli
tiveram de se apartar da amizade que mantêm para assumir o papel de rivais
políticos, as mulheres dos dois subiram ao palco e trocaram um beijo e um
abraço. O público, claro, ficou observando aquele gesto espontâneo, tão pouco
comum aos embates políticos.
Talvez essa cena explique
um pouco da personalidade de Juliana Awada, 41 anos, a mulher que se tornará
primeira-dama argentina em 10 de dezembro. Juliana não se preocupa
excessivamente com as liturgias da política. No momento em que viu a amiga
Karina Rabolini, a mulher de Scioli, não teve dúvida. Vestindo um tailleur
azul-claro, simples, dirigiu-se a Karina, a quem abraçou e beijou, seguindo
imediatamente para o lado do seu marido, o agora presidente eleito.
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Em agosto, durante uma entrevista, Juliana não teve pruridos e disse o que todos sabem. Macri e Scioli, seu adversário de ocasião, "são parecidos e ocupam o mesmo espaço político". Macri é tido como um conservador liberal em termos econômicos. Scioli é visto como integrante do setor peronista mais tradicional, também definido como conservador.
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Em agosto, durante uma entrevista, Juliana não teve pruridos e disse o que todos sabem. Macri e Scioli, seu adversário de ocasião, "são parecidos e ocupam o mesmo espaço político". Macri é tido como um conservador liberal em termos econômicos. Scioli é visto como integrante do setor peronista mais tradicional, também definido como conservador.
Pois bem. De conservadora
nos costumes, Juliana pouco tem. Para ela, a política jamais está acima das
amizades e dos afetos em geral. O protocolo pode ser removido com classe. Muita
gente aposta que a disposição macrista de promover uma fase de diálogo na
política argentina terá em Juliana não apenas uma aliada, mas também uma
incentivadora.
Entre os amigos do casal
Macri, ela é definida como "casual chique". Ou seja, comporta-se como
uma adepta da informalidade, mas mantendo um estilo distinto. O sorriso é a
expressão mais usual dessa portenha de longos cabelos castanhos, rosto com
feições simétricas e gosto pelo uso de roupas despojadas — como o jeans, claro.
Ela própria assegura que
sua grande virtude é a de se manter positiva. Durante a campanha do marido, 15
anos mais velho, teve, em alguns momentos, de fazê-lo tomar fôlego e ir
adiante. Macri conseguiu deslanchar na campanha quando visitou bairros pobres,
em especial os principais redutos dos adversários. Ali, ele acredita que
reverteu a imagem que se solidificara a seu respeito: a de ser filho de um
grande empresário que caiu na política por acaso.
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Quando lhe perguntam sobre
a atuação como primeira-dama, ela sorri e comenta:
— Meu projeto com Mauricio
é o amor. Vou exercer com muita responsabilidade.
Assessores do político,
com quem ZH conversou sobre a mulher do chefe, descreveram a suavidade que sua
companhia empresta ao marido. De três pessoas ouvidas, duas disseram que ela o
rejuvenesce.
Desde um episódio contado
aos risos, quando ela apresentou Macri a sua mãe. Tudo muito protocolar. O
namoro se iniciava, seis anos atrás. Mas era preciso que houvesse a
apresentação formal. Assim é sua família. Portenha, nascida em 3 de abril de
1974, Juliana é filha do imigrante libanês Abraham Awada e de Elsa Esther
Baker, descendente de sírios.
Desde então, a vida de
Juliana mudou. Casou-se com Macri em 2010. Viu-se primeira-dama da cidade de
Buenos Aires, a capital federal com status de província. Um ano depois, nasceu
Antonia, a filha dela e de Macri.
O estilo refinado de
Juliana traz referências da trajetória que ela teve até aqui. Na infância, a
mãe a levava para viajar muito, em especial para Nova York, Paris e
Londres. Objetivo das viagens: conhecer os últimos gritos da moda. Em Belgrano,
bairro portenho de classe média alta, ela estudou numa escola bilíngue — a
Chester College. Depois, passou uma temporada em Oxford, de onde retornou para
trabalhar na empresa de roupas da família.
A vida amorosa começou
cedo. Aos 23 anos, casou-se com Gustavo Capello. O casamento não durou. Depois,
conheceu o belga Bruno Barbier Laurent, homem de fortuna avaliada em 400
milhões de euros, em um voo da Air France. Passaram a viver juntos, situação que
se estendeu por 10 anos. Do relacionamento, nasceu a menina Valentina.
Um tema, em especial, tira
o sorriso do rosto de Juliana: sua empresa têxtil Cheeky, onde faz desenhos de
roupas exclusivas, foi envolvida judicialmente na terceirização de serviços
precários. O assunto ficou mal explicado. Trata-se de uma prática investigada
no setor da alta-costura. No figurino de uma primeira-dama, porém, não cai bem.
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