sábado, 29 de agosto de 2015

III CONGRESSO EM SP: Carta de São Paulo



CARTA DE SÃO PAULO PELA PROTEÇÃO À VIDA E À SAÚDE DAS TRABALHADORAS E TRABALHADORES DA AMÉRICA LATINA

Após cinco dias  de  amplos  debates,  relatos  e  discussões,  protagonizados  por Trabalhadores  e  seus  representantes,  Advogados,  Procuradores  e  Magistrados  do  Trabalho, Auditores  Fiscais  do  Trabalho,  Médicos  e  outros  profissionais  da  saúde,  Sociólogos, Economistas, Engenheiros, Jornalistas e outros, tanto do Brasil, como de outros países, entre eles, Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba e Peru, asentidades aqui reunidas, no “III Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde”, afirmam seu repúdio aos ataques aos Direitos Sociais e Econômicos conquistados pelo povo latino-americano.

       Com isso, as entidades que assinam o presente documento manifestam-se no sentido de:

• repudiar  o  PLC  nº  30/2015  que  tramita  no  Senado  Federal  e  que,  sob  o  pretexto  de regulamentar  a  terceirização,  pretende,  na  verdade, suprimir  os  direitos  dos trabalhadores brasileiros;

• repudiar a pauta precarizante do Congresso Nacional, incluindo itens da Agenda Brasil;

• apoiar  solidariamente  a  atuação  de  todos  os  defensores  dos  trabalhadores  sob  a ameaça de setores reacionários e violentos da sociedade, inclusive ao advogado Arturo Portilla, da Colômbia, presente neste evento;

•repudiar a privatização da CELG, distribuidora de energia elétrica do estado de Goiás, e a privatização da Linha Lilás do Metrô de São Paulo, destacando que o povo brasileiro não quer reviver os prejuízos que as privatizações trouxeram ao país nos anos 1990;

• apoiar a luta dos Professores do Paraná e de São Paulo e a luta dos Metroviários de São Paulo,  condenando  a  violenta  ação  dos  governantes  de  ambos  os  Estados,  diante  do exercício do Direito de Greve;

• apoiar  a  mobilização  dos  servidores  federais,  para que  o  Estado  brasileiro  realize concursos que possam suprir o déficit atual;

• exigir  maiores  investimentos  estatais  na  saúde  e  proteção  do  trabalhador,  inclusive através da formação e capacitação técnica e política dos agentes públicos que atendem os trabalhadores e realizam perícias;

• repudiar os baixíssimos valores arbitrados pela Justiça às indenizações por acidentes e doenças  profissionais,  incapazes  de  coibir  as  reiteradas  práticas  atentatórias  contra  a saúde e bem estar dos trabalhadores e trabalhadoras;

• reafirmar a luta pelo fortalecimento da Inspeção do Trabalho e da Fundacentro, com a realização de novos concursos e a possibilidade de autonomia para realizar suas ações em prol da saúde e segurança do trabalhador e da trabalhadora;

• lutar para que os equipamentos públicos sejam cada vez mais preparados para garantir os direitos sociais presentes na Constituição Federal; e afirmar a luta contra qualquer violação aos direitos sociais.

Desta forma, as entidades presentes neste evento manifestam-se sobre os temas acima indicados, esperando que os Estados latino-americanos, bem como a sociedade em geral sejam capazes, não apenas de refletir seriamente sobre tais questões, mas, sobretudo, de atuarem prontamente para impedir retrocessos na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

São Paulo/SP, 28 de agosto de 2015


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